Basquete 3×3 estreia em Tóquio – saiba como é a arbitragem da modalidade

Por Alice Barbosa, jornalista e CEO do Árbitros NBA.

O basquete 3×3 entrou em quadra ontem (23), estreando como modalidade olímpica. 16 países irão se enfrentar, sendo igual o número de nações nas divisões masculinas e femininas. Serão cinco dias de disputa, até o dia 28 de julho.

As partidas são disputadas na arena semiaberta Aomi Urban Sports Park, em Tóquio. O local é usado também para escalada esportiva durante a Olimpíada.

Arena Aomi Urban Sports Park, em Tóquio. Foto: FIBA.

Na agremiação das mulheres, estão presentes o Comitê Olímpico Russo, China, Mongólia, Romênia, Estados Unidos, França, Itália e os anfitriões japoneses. Já no grupo masculino, há confrontos entre Sérvia, Holanda, Polônia, Bélgica, Letônia e três que se encontram nos dois grupos – China, Japão e o Comitê Olímpico Russo.

A modalidade foi apresentada globalmente pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, sediados em Singapura. E com a profissionalização da modalidade, há árbitros específicos para os jogos.

Felipe Braga é educador físico e árbitro internacional de basquete 3×3, além de também ser certificado como árbitro nacional de basquete convencional. Ele conta como é a estrutura do esporte. “O 3×3 é jogado em uma “meia quadra”, com três jogadores em quadra e um substituto para cada lado, e com apenas uma cesta. O jogo dura 10min ou 21 pontos, e a equipe tem 12 segundos para definir a jogada.”

A dinâmica da modalidade é veloz, com grandes diferenças em relação ao basquete. “O jogo começa com o check ball no topo da quadra, e após cada ponto, a equipe que sofreu a cesta deve sair driblando ou passando a bola – não existe fundo bola, o jogo não para. Toda vez que acontecer uma troca na posse da bola, a equipe deve “limpar a bola”, ou seja, o atleta deve sair com a bola para um local atrás do arco de dois pontos. A pontuação também é diferente; a cesta marcada dentro do arco vale um ponto, e fora do arco, dois.”

Quanto às faltas, Braga pondera que pelo ritmo do jogo, elas podem ser mais duras. “Depende do jogo e dos jogadores. De fato, no 3×3 o contato é um pouco mais forte. Mas as equipes têm que ficar muito atentas ao número de faltas cometidas. Apesar do atleta não ser desqualificado do jogo por faltas pessoais, salvo em faltas antidesportivas e/ou desqualificantes, a partir da 7° falta coletiva, isso sempre gera dois lances livres, e a partir da 10° falta coletiva, são dois lances livres mais a posse de bola no check ball.

Para quem quer seguir a carreira de arbitragem, Felipe relata os passos. “No Brasil, você precisa começar fazendo o curso da Federação do seu estado, onde você vira estagiário e depois vira Árbitro Estadual. Futuramente, pode ser indicado para fazer uma clínica da Confederação Brasileira (CBB) para se tornar Árbitro Nacional. Após virar Árbitro Nacional, você fica credenciado para ser indicado a fazer uma clínica da Federação Internacional (FIBA), onde você pode vir a ser Árbitro Internacional. Nestas clínicas, os árbitros são avaliados através de provas na parte teórica e prática.”

Felipe participou desde o início dos esforços do 3×3 no país. “Tive a oportunidade e o prazer de participar do primeiro Campeonato Brasileiro de Basquete 3×3 organizado pela CBB em 2012; desde então fiquei apaixonado pela modalidade. Em 2018 fui indicado para realizar uma clínica em Buenos Aires, na Argentina, onde tivemos uma prova escrita toda em inglês, e a prova prática foi realizada em um torneio com atletas argentinos que estavam sendo observados para participar dos Jogos Olímpicos da Juventude.”

Foto de destaque: Michael Oliveira/Federados Basketball.

Publicado por Alice Barbosa

NBA journalist and writer. Árbitros NBA creator, website/social media about NBA refereeing. Jornalista e escritora, criadora do projeto Árbitros NBA (site, Twitter e Instagram). Periodista y escritora, creadora del proyecto Árbitros NBA (sitio web, Twitter e Instagram). @aliceviralata @arbitrosnba

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