Equipe, que sempre foi figurinha carimbada nos playoffs, decide buscar uma nova alternativa para o futuro
Todos nós sabíamos que a trade deadline da última quinta, dia 25, reservava grandes surpresas para o Orlando Magic. O time tinha dois dos mais cobiçados atletas para serem envolvidos em trocas. Nikola Vucevic, que vem de temporadas maravilhosas pelo time, e claramente aparentava estar insatisfeito com o desempenho coletivo da equipe, e Aaron Gordon, que tem sido alvo de especulações de trocas já há alguns anos. Sabíamos que ao menos um deles iria dizer adeus para a terra do Mickey; mas, para nossa surpresa, foram os dois que abandonaram a Disney.
A trade deadline já começou com a bombástica troca de Vucevic. O pivô, que foi All-Star este ano, desembarcou no agora favorito aos playoffs, o Chicago Bulls, em uma troca que ainda levou para a cidade dos ventos Al-FarouqAminu, um ótimo defensor com muita experiência. Em troca, o Orlando recebeu o promissor e jovem pivô Wendell Carter Jr., e o ala com contrato expirante, Otto Porter Jr., além de duas escolhas de primeira rodada. Com essa troca, a franquia de Chicago se torna uma das forças do leste, contando agora com dois All-Stars em seu time, enquanto o Magic perde seu principal jogador, mas fica com um ativo que futuramente pode se tornar o dono efetivo da posição.
Após a saída de Vucevic, os olhos de todos se voltaram para Gordon, que era alvo principalmente do Boston Celtics e Portland Trail Blazers, mas quem acabou ficando com ele foi o sorrateiro Denver Nuggets, que conseguiu adquirir os serviços do ala com uma barganha maravilhosa.

Para ter Aaron Gordon em seu time, o Nuggets somente teve que se desfazer de Gary Harris, que apesar de ser um bom jogador, tem convivido com lesões e possui um contrato nenhum pouco agradável. E também de RJ Hampton, um jovem promissor escolhido no último draft, além de uma escolha de primeira rodada, que não será uma necessidade urgente, já que o time de Nikola Jokic promete ter temporadas maravilhosas no futuro com seu plantel de agora.
Com a troca de Gordon, o Denver se torna uma das três principais forças do oeste, já que o ex-Magic tem tudo para formar um ataque sensacional com Jokic, Jamal Murray e Michael Porter Jr.. A defesa também será privilegiada, enquanto que o Magic perde basicamente 20 pontos por jogo sem Aaron em seu elenco, e não conseguiu nenhuma peça para reposição – e muito menos uma escolha que possa causar alguma expectativa para os torcedores.
A cereja do bolo foi a troca que levou Evan Fournier para o Boston Celtics, onde o Magic não conseguiu envolver na negociação nenhum jogador do Boston – somente duas escolhas do draft foram utilizadas. Com essas trocas, podemos dizer que o Orlando deu o primeiro passo para entrar de vez em reconstrução, porém, na minha opinião, este passo foi dado de forma totalmente torta, pois perdeu seu principal jogador, um dos mais produtivos do time e um dos seus melhores cestinhas. Tudo iddo por basicamente nada que ajude realmente no futuro do time, visto do panorama de agora.
Admiro a atitude da diretoria em arriscar e buscar sair da zona de conforto em que vivia, onde era um time que sempre estava na pós-temporada, mas sempre era saco de pancadas na primeira rodada. Porém, eu sou obrigado a dizer que a incompetência da mesma em não conseguir trocas dignas para seus três principais jogadores, principalmente por Aaron Gordon, que saiu praticamente de graça, é algo que me deixa sem nenhuma esperança nessa reconstrução do time.